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Qual o motivo de Malafaia custear o trio elétrico para a manifestação com Bolsonaro?

O pastor Silas Malafaia é o principal articulador do ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista. Saiba os motivos e as consequências dessa manifestação.


                                  


O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro enfrenta uma grave crise política e jurídica após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) por suposta tentativa de golpe de Estado. Diante desse cenário, ele convocou os seus apoiadores para um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, no próximo dia 25 de fevereiro, domingo, às 15h.

O ato conta com o apoio e a organização do pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC). Malafaia é um dos maiores aliados de Bolsonaro no meio evangélico e está custeando parte das despesas da manifestação, como o aluguel do trio elétrico de onde o ex-presidente discursará junto com outros políticos e personalidades.

Segundo a CNN, foi Malafaia quem solicitou a autorização à prefeitura de São Paulo para a realização do evento, que deve reunir milhares de pessoas na principal avenida da cidade. Além disso, Malafaia está mobilizando outros líderes religiosos e os membros de suas igrejas para comparecerem ao ato, trajando verde e amarelo e sem levar cartazes ou faixas contra quem quer que seja.


Mas por que Malafaia está tão empenhado em apoiar Bolsonaro nesse momento delicado? Quais são os interesses e as expectativas por trás dessa manifestação?

Uma das possíveis razões é a fidelidade ideológica e política que Malafaia tem com Bolsonaro desde a campanha eleitoral de 2018. O pastor é um dos principais representantes da bancada evangélica no Congresso Nacional e defende pautas conservadoras, como o combate ao aborto, à ideologia de gênero, ao casamento homoafetivo e à legalização das drogas.

Malafaia também é um crítico ferrenho da esquerda e dos partidos de oposição, como o PT, o PSOL e o PCdoB. Ele acusa esses partidos de serem corruptos, antidemocráticos e de quererem implantar o comunismo no Brasil. Por isso, ele vê Bolsonaro como o único capaz de impedir o avanço dessas forças políticas no país.

Outra possível razão é a gratidão que Malafaia tem com Bolsonaro por ter sido beneficiado por algumas medidas do seu governo. Uma delas foi a isenção de impostos para as igrejas, que foi concedida pelo ex-presidente em setembro de 2020, após um pedido de Malafaia. Essa medida gerou uma economia de milhões de reais para as instituições religiosas, que já gozavam de imunidade tributária na Constituição.


Malafaia também foi favorecido pela nomeação de André Mendonça, um pastor da mesma denominação que ele, para o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, em abril de 2020. Mendonça foi um dos responsáveis por acionar a Lei de Segurança Nacional contra jornalistas, humoristas, políticos e ativistas que criticaram ou ofenderam Bolsonaro.



Portanto, Malafaia vai pagar o trio elétrico para o ato com Bolsonaro porque ele tem uma aliança política e ideológica com o ex-presidente, além de ter sido beneficiado por algumas de suas decisões. Malafaia espera que o ato seja um sucesso e que mostre a força e o apoio dos evangélicos a Bolsonaro, que está cada vez mais isolado e pressionado pelas investigações da PF.

No entanto, o ato também pode gerar consequências negativas, como o aumento da polarização, da violência e da disseminação do coronavírus. Além disso, o ato pode não ser suficiente para reverter a situação de Bolsonaro, que depende do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do apoio do Congresso Nacional para se manter no poder

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