Prefeito de Verona anuncia multas para quem alimentar moradores de rua
O
prefeito de Verona, Flavio Tosi, anunciou nesta quinta-feira (24) um
medida polêmica para dar um fim à população de rua que habita o centro
da cidade. A prefeitura pretende multar em €500 aqueles que forem
flagrados alimentando os sem-teto de Verona. De acordo com o prefeito, o
alto número de moradores de rua na praça central cria “um risco para a
saúde pública”.
“Perto da Piazza Dante há um jardim para
o qual a Ronda della Carità (organização italiana de caridade) enviava
cestas básicas. Agora há mais de 20 mendigos vivendo no jardim e eles o
tratam como seu próprio banheiro”, conta Tosi, membro do partido de
direita Liga Norte. “A situação ficou incontrolável, e por isso
introduzi essa proibição”.
De acordo com o prefeito, Verona conta
com “inúmeros” abrigos, e aqueles que decidem viver na rua estão
provocando “um desastre ambiental”.
Marco Tezza, presidente da Ronda della
Carità, afirma que a lei e as multas surgiram “do nada”. “Nós não
encorajamos os mendigos. Vamos aonde somos necessários. Se há problemas
com a higiene e a ordem pública, a solução é aumentar o controle. Multar
aqueles que oferecem comida não é a resposta”.
A medida não foi bem recebida por
políticos da região. O presidente da província de Verona, Giovanni
Miozzi, criticou a nova política, afirmando que, apesar da necessidade
de manter a ordem pública, a prioridade da prefeitura deveria ser ajudar
pessoas em situações difíceis.
“Essa lei tem uma única função durante o
período eleitoral: lembrar os eleitores de Verona de que Flavio Tosi é o
‘xerife’”, afirmou Francesca Businarolo, parlamentar do partido
Movimento Cinco Estrelas (M5S).
Tosi, cujo partido tem uma política
feroz contra os imigrantes na Itália, diz que a lei não tem fins
eleitorais: “Esse decreto está de acordo com o espírito cristão, e
durante a onda de frio do inverno nós também recebemos imigrantes
ilegais”.
No ano passado, Roberto Calderoli, um
membro veterano da Liga Norte comparou a ministra Cecile Kyenge a um
orangotango. Apesar da polêmica causada por sua declaração, ele se
recusou a abandonar sua função de vice-líder do Senado.
Fonte: O Globo
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