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Ministro arquiva ação do PSC contra aprovação do casamento gay pelo CNJ

Ministro arquiva ação do PSC contra aprovação do casamento gay pelo CNJ

Entre os argumentos do ministro, ele avalia que o CNJ tem poderes para regular tema em relação aos cartórios


O pedido do PSC (Partido Social Cristão) de revogar a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que obriga os cartórios do Brasil a realizar casamento gay, foi negado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (28). Fux arquivou o processo, na qual argumenta que mandato de segurança usado pelo partido não é adequado para questionar a resolução. Para Fux, o PSC deveria ter escolhido uma ação direta de inconstitucionalidade para tratar do assunto.

  • casamento-homossexual
    O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) realizou nesta terça-feira (02) o primeiro casamento gay.

Para pedir a revogação, o PSC alegou que o CNJ cometeu abuso de poder ao editar a norma e que a resolução, que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não pode ter validade sem passar pelo congresso nacional e que não deveria ter passado por um órgão de natureza administrativa do Judiciário. Para o PSC, o abuso de poder se deu porque os parlamentares foram impedidos de debater o tema.
E ainda, para Fux, segundo a Agência Brasil, o CNJ tem competência para regulamentar questões internas da Justiça de acordo com valores constitucionais e, então, tem poderes para regular temas em relação aos cartórios.
Fux entende que a própria Constituição confere ao CNJ a tarefa de analisar a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Judiciário usando como base os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. O ministro citou como exemplo de reconhecimento a competência dada ao CNJ, quando o órgão conseguiu confirmar resolução que proibia a prática de nepotismo no Judiciário.
“É de se ressaltar que tal postura se revela extremamente salutar e consentânea com a segurança e previsibilidade indispensáveis ao Estado Democrático de Direito, em geral, e à vida em sociedade, em particular, além de evitar, ou, pelo menos, amainar, comportamentos anti-isonômicos pelos órgãos estatais”, analisa o ministro, segundo a Agência Brasil.
O senador Magno Malta havia afirmado que teve informações que o assunto não chegou a ser discutido no CNJ, além de argumentar que a resolução desrespeita o Poder Legislativo que não aprovou essa decisão e “Tive uma informação privilegiada de lá de dentro, que esse assunto não foi discutido, que não estava em pauta e que entrou no afogadilho no final de uma reunião. Olha onde chegamos. Eu quero alertar o Brasil que o CNJ não é o parlamento. Se o supremo não pode fazer lei, imagine o CNJ. Quando o CNJ toma essa posição que não lhe é devida, ele não tem direito e nem autoridade, ele cuspe, pisa e rasga o código civil brasileiro”.
Segundo Joaquim Barbosa, o presidente do CNJ e autor da proposta, a resolução tem como objetivo efetivar à decisão que foi tomada em maio de 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que, na época, liberou a união estável homoafetiva.
Na avaliação de Joaquim Barbosa, seria um contrassenso esperar a validação do casamento civil de homossexuais pelos parlamentares para se dar efetividade à decisão do STF, já que também está em discussão no Congresso Nacional. "Vamos exigir aprovação de nova lei pelo Congresso Nacional para dar eficácia à decisão que se tomou no Supremo? É um contrassenso", analisa Barbosa, segundo G1.
The Christian Post

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