Igreja é proibida de veicular vídeo com oração do “Pai Nosso” antes de sessões de Star Wars
A Igreja Episcopal Anglicana, também conhecida como a Igreja da Inglaterra, planejou veicular um anúncio com a oração ensinada por Jesus, “Pai Nosso”, em sessões de cinema do Reino Unido, a partir do dia 18 de dezembro, mas as três principais redes de cinema britânicas recusaram a publicidade.
A ideia da denominação, tradicional, era que o vídeo, de menos de um minuto, fosse veiculado em meio aos trailers que antecederão a exibição do filme “Star Wars – O Despertar da Força”, novo longa-metragem da saga criada por George Lucas, que deverá atrair milhões de jovens aos cinemas.
Como a Igreja da Inglaterra enfrenta uma crise sem precedentes, com previsão de fechamento de milhares de templos devido à falta de frequentadores, a ideia era atrair jovens com a mensagem de paz e fraternidade denotada na oração do “Pai Nosso”.
A negativa das empresas de cinema do Reino Unido surpreendeu o diretor de Comunicação da Igreja, reverendo Arun Arora, pois o vídeo havia sido aprovado pelo Conselho Britânico de Classificação de Filmes, apesar de ser barrado pelo órgão que distribui a maior parte da publicidade nos cinemas britânicos.
As empresas que se negaram a veicular o vídeo controlam 80% das salas de cinema no Reino Unido, e alegaram que o material poderia “trazer o risco de perturbar ou ofender o público”, de acordo com informações do Christian Today.
“A Oração do Senhor é feita por bilhões de pessoas em todo o mundo, todos os dias, e neste país tem sido parte de nossa vida cotidiana durante séculos. A oração permeia todos os aspectos da nossa cultura, de canções populares, das assembleias diárias e comemorações nacionais”, afirmou o reverendo Arora. “Para milhões de pessoas no Reino Unido, a oração é uma parte constante de suas vidas — seja como ação de graças e louvor, ou como uma companheira em suas horas mais sombrias”, acrescentou.
O ateu mais conhecido do mundo, biólogo e escritor Richard Dawkins, adotou uma postura peculiar em relação a esse caso e afirmou que o argumento usado pelas empresas era falho, pois não imaginava que alguém se sentiria ofendido por uma oração: “Eu me oponho fortemente à supressão dos anúncios baseada na hipótese de que eles poderiam ‘ofender pessoas’. Se alguém ficar ‘ofendido’ por algo tão trivial como uma oração, eles merecem ser ofendidos”, disse ao jornal The Guardian. Antes disso ele havia publicado um tweet criticando a decisão, que via como uma “violação da liberdade de expressão”.
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