
A
minissérie da Rede Record, a quarta produção bíblica, que conta a vida
de José do Egito, e estreia na quarta-feira 30, custou R$ 22 milhões e
foi gravada em Israel, no Egito e no Chile.
Ao fazer check-in no
Aeroporto de Garulhos, em São Paulo, em seu embarque para o Egito, o
diretor Alexandre Avancini ouviu do funcionário da companhia aérea:
“Você tem certeza de que vai para lá?” Era agosto do ano passado e esse
país do norte da África ainda vivia momentos de conflito e tensão, mesmo
após a deposição do ditador Hosni Mubarak. Não havia, no entanto, como
mudar o cronograma de gravações da série “José do Egito”, a quarta
produção bíblica da Rede Record, que estreia na quarta-feira 30.
“Foi
impactante filmar no deserto, onde a história realmente aconteceu”, diz
Avancini, que sempre saía com três seguranças armados. Todo esse risco
foi apenas para realizar os chamados “stock shots” (cenas de paisagem)
que abrem a produção, orçada em R$ 22,1 milhões (R$ 850 mil o capítulo).
A emissora não fala em expectativa de audiência, mas a série anterior,
“Rei Davi”, exibida em janeiro de 2012, teve 12 pontos de média, com 27%
de participação no total de aparelhos ligados.
Protagonizada por
Ângelo Paes Leme, “José do Egito” mostrará, em 26 capítulos e com
elenco de 40 atores, uma passagem do livro Gênesis, do Antigo
Testamento, que trata da trajetória de José, o preferido do patriarca
Jacó (Celso Frateschi). Devido ao dom de interpretação dos

sonhos,
ele cai nas graças do faraó (Leonardo Vieira) e passa de escravo a
governador ao evitar que o Egito enfrente sete anos de seca. Para
reconstituir esse enredo épico, a Record construiu duas cidades
cenográficas nos estúdios RecNov, no Rio de Janeiro. Uma delas reproduz a
cidade de Avaris, e é a maior já feita pela emissora, com 5,5 mil
metros quadrados. Inclui um canal de 100 metros, que imita à perfeição o
sistema de distribuição de água na época.
Como a história também
se passa em Israel, algumas cenas foram rodadas lá. A maior parte dos
fatos ocorridos em chão israelense, no entanto, foram registrados no
deserto do Atacama, no Chile, pela semelhança climática e geológica.
Tudo foi registrado por uma câmera digital Arri-Alexa, a mesma utilizada
em filmes como “Os Vingadores” e “A Invenção de Hugo Cabret”. “Ao se
filmar com uma câmera de televisão comum nada fica nítido em condições
de luz intensa. Com a Arri-Alexa é possível distinguir a areia, o sol, o
céu”, diz Avancini. Sem

se
preocupar com gastos, ele foi liberado para incendiar, por 20 vezes, a
cidade cenográfica menor. Segundo o diretor, essas foram as cenas mais
difíceis de serem registradas e irão ao ar já no segundo capítulo.
Equipe
técnica e elenco valeram-se da consultoria de dois historiadores, um
especializado em textos bíblicos, outro em egiptologia. As referências
estéticas, no entanto, são mais atuais. “Os filmes bíblicos não só
saíram de moda como ficaram datados. Meu modelo para o cenário e a
interpretação é mais moderno, fui buscar em ‘O Gladiador’ e na série
‘Game of Thrones’”, diz o diretor. O elenco também teve consultoria de
Sergio Penna, famoso por ser preparador de cinema, tendo trabalhado em
“Carandiru” e “Gonzaga – de Pai pra Filho”. Com esse mesmo acabamento e
visual de superprodução, a emissora já prepara dois novos títulos: um
sobre Moisés e outro sobre Jesus.
Fonte: Revista Isto É online
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